Bancos à beira de um saque gigante!
A falência de bancos americanos e europeus assusta depositantes brasileiros. A notícia impacta os que temem perder suas economias neles depositadas. O fato é que em pouco mais de uma semana a crise se instala em grandes bancos e abala o mercado. Há um sinal vermelho entre as autoridades monetárias em todo o planeta. O que se teme é que qualquer crise em um banco tenha potencial para contaminar todas as outras instituições financeiras nacionais ou não. Isso acontece porque os bancos emprestam dinheiro entre si e, portanto, a quebra de uma instituição pode arrastar outros bancos para a crise. Os depositantes diante da divulgação do noticiário correm para sacar o dinheiro de suas contas correntes antes que seja tarde. Essa corrida quebra o banco, uma vez que todo o dinheiro depositado foi emprestado e não está disponível no caixa do banco.
Os críticos do sistema bancário internacional acusam os grandes bancos, entre eles os suíços, de sugarem a economia do mundo e não contribuírem para nada. Alavancam os depósitos e pagam juros aos maiores correntistas. Os donos de ações desses grupos financeiros acumulam fortunas consideráveis, que investem em grandes atividades, como petróleo e comércio mundial. Os críticos do sistema capitalista afirmam que essas crises são cíclicas e nada pode impedi-las. Afirmam que o capitalismo vive a sua etapa superior, o capitalismo financeiro, tese desenvolvida pelo líder russo Vladimir Lênin. O fato é que a poupança e o emprego de milhões de pessoas correm risco. Uns porque podem perder o que acumularam para a futura aposentadoria; outros pela perda do emprego com a bancarrota de empresas que dependem do capital de giro originário dos bancos. Qual é a fórmula para equilibrar o sistema bancário? A intervenção do Estado, contrariando os princípios do liberalismo econômico seria uma saída?
O agronegócio brasileiro está de olho nos mercados internacionais. Uma crise na economia americana certamente afetaria o Brasil que vive da exportação de café e o maior comprador são os Estados Unidos. A superprodução e os baixos salários afetam os lucros das grandes empresas americanas. Os investidores correm para vender suas ações e a Bolsa despenca. Na quinta-feira, 24 de outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova York, na chamada quinta-feira negra, fecha. Ações que valiam muito, de repente, custam apenas alguns centavos de dólar. O efeito manada atinge os bancos e centenas fecham suas portas – e os correntistas ficam sem “um dime”, dez centavos, no bolso. É a maior crise vivida pelo capitalismo desde o advento da Revolução Industrial, da sociedade de consumo e do deslocamento do eixo financeiro do mundo de Londres para Nova York. O que fazer? Talvez o candidato democrata tenha um plano de recuperação para os Estados Unidos, mas ninguém tem certeza. Pela segunda vez um Roosevelt tem chances de ser o presidente americano. Traz consigo o New Deal.